quinta-feira, novembro 05, 2009

India II

(continuo sem teclado portugues, por isso a falta de acentos)

Na nossa primeira viagem de comboio pensavamos que a meia-noite, na estacao, nao iriamos encontrar ninguem, mas enganamo-ns muito. Aqui e frequente aproveitar a noite para viajar, e e possivel dormir nos comboios. A estacao estava repleta de pessoas, e ha imensas linhas e comboios. Como o comboio e muito comprido, na linha ha sinalizacao da carrugagem. Os comboios param pelo menos 10 min em cada estacao e e a unica altura que se pode ver um indiano correr, para encontrar a sua carruagem. Foi uma experiencia unica, dormir na cama superior de um beliche, embalada pelo comboio, sempre atenta as malas. Quando acordei pelas 10h ainda tinhamos 2h de viagem e por isso desci e fiquei a olhar o deserto a chegar. A paisagem ja tinha mudado e a vegetacao ia desaparecendo, ou fincando mais rasteira a medida que avancamos para Jaisalmer. Vi mulheres com roupas extremamente coloridas e lindas, a trabalhar no deserto, a transportar bilhas de agua e cestos de lenha, a cabeca. Assim sozinhas, como que perdidas, tres mulheres em fila, mais longe apenas uma, num deserto branco e imenso, de vez em quando uns pontinhos de cor dos vestidos hiper-coloridos.

Jaisalmer e ainda mais belo do que tinha imaginado. Muito sossegado em relacao a Jaipur, sem tanta poluicao, chamam-lhe Golden City, porque e feita de pedra dourada do deserto e parece de ouro. Tem um Forte no centro e no alto da cidade com imensos templos e casas feitas em filigrama dourada. E espantoso. Fora do Forte, ruas e ruelas labirinticas, tipo Veneza. E dificil caminhar por la sem nos perdermos, ou ficarmos confusos pelo menos. Mas tao tao lindo que so queria ter podido ficar pelo menos mais um dia :(
Ha imenso comercio, ruas estreitas cheias de lojinhas com tecidos fantasticos, de cores fortes, sedas suaves e brinhantes, onde se viam grupos de mulheres a comprar para mandar fazer os seus lecos e saias. As portas estao sempre abertas, ve-se imensas lojas de costura, homens a costurar, aqueles lindos tecidos, em maquinas de costura lindas. Se tivesse mais tempo teriamos mandado fazer uma roupa de casamento :)
Toda a cidade e dourada e naqueles caminhos estreitos, caminham pessoas, imensas vacas, caes, porcos, cabras, jipes, motas e o nosso meio de transporte perferido: auto-rikshaw. As mulheres tem sempre a porta de casa aberta e ora estao ca fora sentadas na soleira, ou a costurar nas maquinas, a bordar, ou a varrer com vassouras de palha. Fazem os trabalhos domesticos, sempre vestidas com muita classe. Tem maquilhagem, e muita prata (famosa em Jaisalmer): pulseiras, fios, aneis, muitos brincos e piercings.

O nosso hotel era lindo, tinha um terraco fantastico e comida maravilhosa. Ha noite, ficavamos ali deliciados com o calor suave, a lua-cheia que nao deixava ser noite, e vista para o forte iluminado. Chegavam os sons dos canticos dos templos, e dos instrumentos, e parecia estar dentro de um livro de historias encantadas.

Na tarde que fomos ao deserto, num dos monumetos mogois e indus, uma boa surpresa: encontramos dois casais que tinham casado e faziam uma pequena sessao fotografica. Estavam lindamente vestidos e cobertos de ouro e ainda consegui fazer duas ou tres fotos deles e das pinturas "henna" das maos da noiva.

Fomos de jipe com uma casal indiano e a sua filha, ate uma aldeia no deserto e dai partimos de camelo ate as dunas mais bonitas, onde vimos o por do sol e esperamos a noite. Os indianos fizeram uma boa comida, na fogueira e cantaram para nos. A lua era muito grande e iluminva imenso, por isso nao vimos quase estrelas nenhumas, e tivemos pena das americanas e do alemao que ficaram a dormir por la! Havia imensos repteis :) Mas valeu muito a pena, pelo casal que conhecemos, eles sao tao simpaticos e divertidos e ficamos a conversar ate muito tarde com eles, no terraco do hotel.

As pessoas sao incriveis, so quem ca vem pode compreender. Espero aprender um pouquinho com eles e sentir a vida desta forma tao boa. Fazer desta vida, algo maravilhoso para mim e para os outros. Nestes poucos dias conhecemos pessoas maravilhosas e supreendemo-nos tanto, com esta forma de ser tao pacifica. Apesar da confusao do transito, eles nunca, nunca discutem! Nao ha caras mas (o a tem acento), apenas sorrisos. "No problem no worry, no chicken no curry", e uma expressao frequentemente usada aqui, que traduz bem aquilo que digo :))) E por falar em curry, a comida e optima! Ja comi, dos melhores pratos de comida vegetariana que alguma vez tinha comida. A fruta e os sumos de fruta, os Lassi e os iogurtes naturais, deliciosos. O picante incomoda um pouco, porue para nos e em demasia, mas em alguns sitios, se pedirmos eles poe pouco ou nehum!

Ja compreendemos mais um pouco sobre o sistema complexo das castas, e logo que possa escreverei sobre isso.

Hoje ja estamos em Jaipur novamente, mas estou aqui no computador porque o Paulo ta com a famosa indisposicao do viajante e tem de ter uma casa de banho sempre perto :)))) Isto tb faz parte.

Hoje em Jaipur: iamos de auto-rikshaw, acabavamos de tomar cafe e tinha trazido na mao o pacote de acucar, para o seguranca do edificio onde trabalho - que faz colecao de pacotes de acucar; Ha varias criancas pela rua a pedir esmola, mesmo muito pequeninas, criancas que moram ali mesmo com a familia, no separador das fachas da rua. Desta vez o menino nao queria moedas, queria apenas o pacote de acucar. Depois foi ter com a mae, e tanto ele como ela me acenaram felizes, tao felizes, a agradecer por lhes ter dado algo tao simples. Foi muito comovente.

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