sexta-feira, novembro 20, 2009

Fotografias da India

Para matar a curiosidade coloquei algumas imagens da India, no meu outro blog:


Mais, em breve.


quinta-feira, novembro 19, 2009

Regresso

Enquanto espero que os mil e tal mails descarreguem, aproveito para escrever mais um post sobre a viagem de 20 dias que tanto me marcou. Uma das coisas mais impressionantes foi ontem chegar a Alemanha e ouvir falar português. Depois de 20 dias completamente "isolados" de portugueses, e a falarmos entre nós completamente à vontade, foi bastante estranho, e no avião o Paulo chegou mesmo a corar porque disse o que não devia em voz alta, esquecendo-se completamente que ali quase todos falavam português.
Em todo o tempo não encontramos nenhum português. Frequentemente, os comerciantes mais "avançados", começavam a falar-nos em Espanhol, e em tantas e tantas conversas, poucos sabiam de Portugal. Não há Portugueses nas rotas não turisticas? Foi uma surpresa. Nós, com um passado tão aventureiro como o nosso, com séculos de descobrimentos, simplesmente desaparecemos do mapa. Houve um senhor que até nos disse, em brincadeira, que o último português que lá tinha estado, tinha sido o Vasco da Gama :)))
Fiquei bastante impressionada com o facto de haver um numero insignificante de turistas portugueses, que se aventuram sem agências intermediárias por esse mundo fora. Medo? Fiquei a pensar que a Républica, ou a Ditadura do século passado nos fez muito mal, e nos tornou medrosos e desconfiados em relação aos outros. Será? Não vejo outra explicação. Se bem que, as próprias agências criam esse ideia, que o mundo lá fora é uma selva e sair da Europa é muito perigoso. Por isso aqueles Resorts horríveis, que só criam um afastamento incrível e ainda mais desequilibrios nas poluções em redor. Na maioria dos casos, a poluções à volta dos Resorts são ainda mais pobres, pois são completamente exploradas.
Enfim, são ideias. Eu vim tão rica da India. Conheci tantas pessoas fantásticas, e trago tantas no coração e na memória, que fico a pensar no que se perde quando se sai de um país, com uma agência e não há uma verdadeira interligação de pessoas. Como conhecer um país verdadeiramente, sem passar pelas pessoas?

domingo, novembro 15, 2009

Incredible India

Depois de Varanasi seguimos para Cochin, no sul da India, mas antes passamos por Delhi para apanhar aviao, e esse final de tarde e noite foi passado em casa dos nossos mais recentes amigos indianos, que conhecemos em Jaisalmer. O Banu, a Kavita e a filhota Micha sao muito simpaticos e foi um prazer estar em casa deles, o jantar indiano estava fantastico, e ainda deu para conversar bastante. No proximo ano quem sabe eles vao visitar-nos ao Porto :)

Chegar ao aeroporto de Cochin, foi como chegar a outro pais. Um pais completamente diferente, muito verde, cheio de palmeiras e clima tropical! Sair do ar condicionado para a rua, e como entrar numa sauna. Isto mesmo, nao ha comparacao melhor que esta :) Aqui e inverno, mas as temperaturas sao sempre a rondar os 30 graus. De verao chegam aos 50 graus.

Quando chegamos a Alleppey, ficamos encantados com os canais de agua (backwaters), e aproveitamos para fazer o que mais se procura por aqui : subir estes cursos de agua, dentro de um barco-casa , ver as populacoes que moram naqueles estreitos de terrra, e fazem tudo no rio, os campos de arroz... Foi uma boa experiencia, muito muito relaxante. Ja estavamos a precisar.

Por aqui as pessoas nao nos incomodam tanto, embora sejam bastante simpaticas tambem. Ha menos Indus, e mais Cristaos (muito por causa da presenca portuguesa de seculos atras).

Muito divertido e ver os homens de camisa ou polos e saias. Sim, eles usam uma toalha ou um pano enrolado a cintura que cai ate ao joelho, e mais parece que acabaram de sair do banho. Confesso que no inicio me ri bastante com a imagem. Imaginava-os a sair no aeroporto do Porto... Quando chegar coloco imagens aqui, nestes posts nus ;)

Esta semana ja vamos embora, faltam apenas 2 dias. Quando chegar espero ter oportunidade de escrever mais, sobre o que senti por aqui e o que aprendi.

Uma viagem muito intensa, em todos os sentidos.

segunda-feira, novembro 09, 2009

India III

Ja estamos em Varanasi, a cidade sagrada, chegamos hoje de manha, e novamente aproveitamos a noite para viajar de comboio e dormir. A estacao de Agra de onde saimos era horrivel, e la vi os famosos ratos gigantes a correr na estacao e na linha. Ja passeamos junto ao rio Ganges, e ja vimos alguns rituais, muitos templos. Mas ainda e muito cedo para falar sobre Varanasi, ainda ficamos aqui por mais 2 dias.

Curiosidades: - Desde que chegamos que somos constantemente fotografados. Os indianos sao tantos, e nos (turistas) tao pouquinhos no meio deles que damos nas vistas. Somos tao poucos que quando vimos um europeu, cumprimentamo-nos, ou por vezes ate conversamos. E muito engracado. E entao os indianos querem tirar fotografias connosco. Ja tiramos pelo menos umas 40 fotografias com desconhecidos, por todo o lado da india! Em todo o lado isto sucede. Hoje, foi ainda mais ilariante: o Paulo estava a receber uma massagem, que por acaso n pediu, e eu a olhar o que se passava no Ganges, quando duas meninas bem vestidas e um senhor me pediram para tirar uma fotografia cmg, de seguida reparei que o fotografo trazia uma maquina de imprimir fotografias portatil e entao comecou logo ali a imprimir as minnhas fotos. Eu ate cheguei a pensar que ele tinha arranjado uma maneira de tentar tirar dinheiro ao turista e ate ja tinha a resposta pensada, para qd ele viesse tentar vende-la. Mas na verdade, as fotografias foram mesmo com o senhor e as criancas! Vou ficar na historia de algumas familia :)

mais curiosidades, noutro dia, agora tenho de fugir, porque acabei de ser informada que ha GECOS AQUI!!!!

domingo, novembro 08, 2009

Chegamos ontem a Agra, a cidade do Taj Mahal. E tal como pensamos, tudo roda a volta do Taj embora haja outros monumentos interessantes, mas sem duvida que o Taj e algo completamente diferente e magico. O Taj e um mausoleo, criado por amor, de um Maraja riquissimo para a sua esposa. A visita e longa e ha sempre centenas de milhares de turistas. Mesmo assim, ficamos horas no jardim a admira-lo, e ficariamos mais, nao fosse estarmos perdidos de sede. Como os bilhetes sao carrissimos, cerca de 12 euros cada, tivemos de escolher entre ver o por do sol ou o amanhecer (por vezes tambem ha visitas a noite, mas n nesta altura do ano). Fomos ao amanhecer, ate porque, por aqui a poluicao e tanta que nao ha um verdadeiro por do sol, pois ele fica escondido por uma nuvem densa. Ontem a tarde fomos descobrir outros caminhos para ver o Taj, pois so se consegue ve-lo mesmo, pagando a entrada. E descobrimos um sitio fantastico e cheio de arvores e macacos :) Nesta zona ha muitas zonas verdes e imensos macacos por todo o lado. Ha tambem os gecos, acho que e assim que se chamam, e sao um reptil que parece um pega-monstro, assim de borracha meio transparente. Costumam andar pelas paredes e tectos, e por vezes ficam presos ao tecto apenas por uma pata. Se nos caem em cima, o que parece ser frequente (a mim ainda n aconteceu!), sao gelados! Mas a vantagem de ter um no quarto e podermos dormir descansados, porque eles comem os mosquitos!
Ha muito comercio aqui, mas daquele mesmo muito pouco interessante. Tudo relacionado com o Taj, tal como pedras em marmore ou miniaturas horriveis do Taj.

O menos bom: nao podemos apanhar nenhum transporte, qualquer que seja, pois nunca nos querem levar para onde queremos. Insistem em parar em lojas de comercio de tapecarias, tecidos ou joalharia, onde tem comissao. Isto acontece um pouco por toda a India, mas aqui e demais. E torna-se muito cansativo.

quinta-feira, novembro 05, 2009

India II

(continuo sem teclado portugues, por isso a falta de acentos)

Na nossa primeira viagem de comboio pensavamos que a meia-noite, na estacao, nao iriamos encontrar ninguem, mas enganamo-ns muito. Aqui e frequente aproveitar a noite para viajar, e e possivel dormir nos comboios. A estacao estava repleta de pessoas, e ha imensas linhas e comboios. Como o comboio e muito comprido, na linha ha sinalizacao da carrugagem. Os comboios param pelo menos 10 min em cada estacao e e a unica altura que se pode ver um indiano correr, para encontrar a sua carruagem. Foi uma experiencia unica, dormir na cama superior de um beliche, embalada pelo comboio, sempre atenta as malas. Quando acordei pelas 10h ainda tinhamos 2h de viagem e por isso desci e fiquei a olhar o deserto a chegar. A paisagem ja tinha mudado e a vegetacao ia desaparecendo, ou fincando mais rasteira a medida que avancamos para Jaisalmer. Vi mulheres com roupas extremamente coloridas e lindas, a trabalhar no deserto, a transportar bilhas de agua e cestos de lenha, a cabeca. Assim sozinhas, como que perdidas, tres mulheres em fila, mais longe apenas uma, num deserto branco e imenso, de vez em quando uns pontinhos de cor dos vestidos hiper-coloridos.

Jaisalmer e ainda mais belo do que tinha imaginado. Muito sossegado em relacao a Jaipur, sem tanta poluicao, chamam-lhe Golden City, porque e feita de pedra dourada do deserto e parece de ouro. Tem um Forte no centro e no alto da cidade com imensos templos e casas feitas em filigrama dourada. E espantoso. Fora do Forte, ruas e ruelas labirinticas, tipo Veneza. E dificil caminhar por la sem nos perdermos, ou ficarmos confusos pelo menos. Mas tao tao lindo que so queria ter podido ficar pelo menos mais um dia :(
Ha imenso comercio, ruas estreitas cheias de lojinhas com tecidos fantasticos, de cores fortes, sedas suaves e brinhantes, onde se viam grupos de mulheres a comprar para mandar fazer os seus lecos e saias. As portas estao sempre abertas, ve-se imensas lojas de costura, homens a costurar, aqueles lindos tecidos, em maquinas de costura lindas. Se tivesse mais tempo teriamos mandado fazer uma roupa de casamento :)
Toda a cidade e dourada e naqueles caminhos estreitos, caminham pessoas, imensas vacas, caes, porcos, cabras, jipes, motas e o nosso meio de transporte perferido: auto-rikshaw. As mulheres tem sempre a porta de casa aberta e ora estao ca fora sentadas na soleira, ou a costurar nas maquinas, a bordar, ou a varrer com vassouras de palha. Fazem os trabalhos domesticos, sempre vestidas com muita classe. Tem maquilhagem, e muita prata (famosa em Jaisalmer): pulseiras, fios, aneis, muitos brincos e piercings.

O nosso hotel era lindo, tinha um terraco fantastico e comida maravilhosa. Ha noite, ficavamos ali deliciados com o calor suave, a lua-cheia que nao deixava ser noite, e vista para o forte iluminado. Chegavam os sons dos canticos dos templos, e dos instrumentos, e parecia estar dentro de um livro de historias encantadas.

Na tarde que fomos ao deserto, num dos monumetos mogois e indus, uma boa surpresa: encontramos dois casais que tinham casado e faziam uma pequena sessao fotografica. Estavam lindamente vestidos e cobertos de ouro e ainda consegui fazer duas ou tres fotos deles e das pinturas "henna" das maos da noiva.

Fomos de jipe com uma casal indiano e a sua filha, ate uma aldeia no deserto e dai partimos de camelo ate as dunas mais bonitas, onde vimos o por do sol e esperamos a noite. Os indianos fizeram uma boa comida, na fogueira e cantaram para nos. A lua era muito grande e iluminva imenso, por isso nao vimos quase estrelas nenhumas, e tivemos pena das americanas e do alemao que ficaram a dormir por la! Havia imensos repteis :) Mas valeu muito a pena, pelo casal que conhecemos, eles sao tao simpaticos e divertidos e ficamos a conversar ate muito tarde com eles, no terraco do hotel.

As pessoas sao incriveis, so quem ca vem pode compreender. Espero aprender um pouquinho com eles e sentir a vida desta forma tao boa. Fazer desta vida, algo maravilhoso para mim e para os outros. Nestes poucos dias conhecemos pessoas maravilhosas e supreendemo-nos tanto, com esta forma de ser tao pacifica. Apesar da confusao do transito, eles nunca, nunca discutem! Nao ha caras mas (o a tem acento), apenas sorrisos. "No problem no worry, no chicken no curry", e uma expressao frequentemente usada aqui, que traduz bem aquilo que digo :))) E por falar em curry, a comida e optima! Ja comi, dos melhores pratos de comida vegetariana que alguma vez tinha comida. A fruta e os sumos de fruta, os Lassi e os iogurtes naturais, deliciosos. O picante incomoda um pouco, porue para nos e em demasia, mas em alguns sitios, se pedirmos eles poe pouco ou nehum!

Ja compreendemos mais um pouco sobre o sistema complexo das castas, e logo que possa escreverei sobre isso.

Hoje ja estamos em Jaipur novamente, mas estou aqui no computador porque o Paulo ta com a famosa indisposicao do viajante e tem de ter uma casa de banho sempre perto :)))) Isto tb faz parte.

Hoje em Jaipur: iamos de auto-rikshaw, acabavamos de tomar cafe e tinha trazido na mao o pacote de acucar, para o seguranca do edificio onde trabalho - que faz colecao de pacotes de acucar; Ha varias criancas pela rua a pedir esmola, mesmo muito pequeninas, criancas que moram ali mesmo com a familia, no separador das fachas da rua. Desta vez o menino nao queria moedas, queria apenas o pacote de acucar. Depois foi ter com a mae, e tanto ele como ela me acenaram felizes, tao felizes, a agradecer por lhes ter dado algo tao simples. Foi muito comovente.

domingo, novembro 01, 2009

Ja na India

Estamos em Jaipur, e este foi o nosso primeiro dia completo. Aqui sao 21h30, e estamos a espera do comboio para Jaisalmer que parte a meia noite. Estamos muito impressionados (positivamente), mas e tudo tao rapido que nao conseguimos pensar, digerir tudo que vemos. Tudo passa pelos nossos olhos a uma velocidade tal que nao ha leitura para o cerebro. Mesmo andando a pe. Tentem imaginar um circo, uma feira gigante, em que ha centenas de pessoas vestidas de todas as cores e de formas tao diferentes. Carros, auto rikshaw (tuc-tuc), bicicletas com carruagem para 2 pessoas, tudo as centenas. Imensos animais pelas rua, como vacas, cabras, caes. E agora tentem misturar tudo de forma completamente desorganizada. Juntem uns cheiros: incensos, comida picante e especiarias, flores, e outros cheiros menos bons.
Agora imaginem tambem que todos os espacos da cidade sao pequenas lojas de compras, e que se vende de tudo, tudo mesmo. Comida, roupas, flores para ofereceres nos templos, tecidos... e tu es o principal alvo de toda a gente, porque es diferente. Dizes "no tanks" milhares de vezes, sem exagero. Eles sao super-comerciantes, incrivel. Toda a gente se ri para ti. Eu sorrio, e sinto-me melhor que em casa. Olham-te e desejam falar ctg, apertar-te a mao, tirar uma fotografia ctg. Eles sao de uma simpatia incrivel, alegres, bem dispostos. Apesar da tremenda confusao que e andar na rua, eles raramente tem acidentes e nunca reclamam com o transito. As pessoas e os animais tem o mesmo direito de andar na rua, de dormir na rua.

Fotos, para ja nao consigo colocar, e o melhor para mostar o que digo e verem um video. Mas isso, so qd chegarmos.

Hoje o Rafik ( o rapaz que nos levou no tuc-tuc), quando fomos ao forte de Ambar, levou-nos tambem a uma producao artesanal de texteis, fantastica. Compramos uma linda peca em patchwork, feita com os retalhos dos tecidos que usam vestidos. O desenho e um elefante e significa prosperidade. Depois passo os contactos, eles vendem para todo o mundo pela net! Por isso grande parte deles percebe que somos ibericos e fala-nos em espanhol, e muito engracado. Divertimo-nos imenso e eles divertem-se connosco!

Ate breve!

Nao tenho acentos porque o teclado aqui e diferente :)